Estou tentando agir de maneira racional, mas a verdade é que
eu não posso mentir pra mim mesmo. Não mais. Eu sei o que esta acontecendo
porque eu e você já passamos por isso antes. E de nós dois quem saiu com as
piores feridas fui eu.
Nessa brincadeira de ser maduro o suficiente. De ser homem o
bastante, os machucados mais incompensáveis foram em mim, e eu tive que
amadurecer mais um pouco pra tentar cura-los sozinho. Você de fato nunca esteve
ali.
E quando eles estavam quase cicatrizando por completo,
quando as coisas finalmente estavam entrando em seus lugares você trouxe o caos
de volta pra nossa vida. Ou só para a minha. Às vezes é difícil acreditar em
verdades quando as mentiras já se tornaram tão corriqueiras e é difícil acreditar
nas suas lágrimas quando quem causou a dor foi você.
Eu ignorei todos os avisos de cuidado e me joguei de cabeça
em um perdão que você nem ao menos me pediu. E eu acabei tentando concertar
seus erros por medo de que eles se tornassem meus. Mas o fato é que toda a
minha pseudo- maturidade se esvai quando o assunto somos nós. Porque a minha mania
de presenciar e tentar recriar momentos é infantil, minhas teorias, nas quais
acredito piamente, são apenas teorias e elas, nem ao menos juntas, faz uma
verdade.
Talvez eu nunca saiba a verdade. Eu tentei mais uma vez por
medo de que o errar humano acabasse com todos os meus sonhos. Mas esse errar
não pode ser tão inconsciente.
De nós dois, eu sempre tentei ser a melhor parte. Tentei tão
arduamente a perfeição que me vi sendo castigado por tentar algo impossível.
Recebi o que de fato eu não merecia – ou merecia – por ter sido instigado pela
vaidade. Eu amo ouvir meu nome em elogios, então usei o seu, na esperança de
que você retribuísse da mesma forma.
Por mais que algo esteja me alertando eu não estou preparado
pra sentir tudo isso de novo. Eu sei que não vou permanecer firme depois do
choque dos mesmos erros. São apenas
verdades.